terça-feira, 8 de setembro de 2009

O MEU MOMENTO BOSSA NOVA

O (SEU / MEU) MOMENTO BOSSA NOVA

Nas águas desse rio indo para o mar;
Iremos navegando sempre sem parar
E vendo tantas nuvens brancas no azul
Esquece a madrugada triste que passou
(Roberto Menescal, Amanechendo)

Keywords: Gestão, Pessoas, Bossa Nova, Comportamento



A Bossa Nova sempre me atraiu. Mesmo antes de saber o que significava, antes de ter ido ao Brasil e ao Rio. Algo parecido com a atracção pelo sexo oposto. Algo nos diz que devemos vir gostar (com algumas excepções que eu respeito).

A palavra apareceu pela primeira vez na década de 1930, em Coisas Nossas, samba do popular cantor Noel Rosa. Mais tarde, no final dos anos 50, apareceu o movimento “A bossa nova” na música popular brasileira.

De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época. Anos depois, Bossa Nova se tornaria um dos géneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente associado a João Gilberto, Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim e Luiz Bonfá.

Eu gosto da Bossa Nova porque ela nos dá um embalo simpático, quase não precisamos de ter voz para a cantar, porque nos transmite uma tranquilidade que muitas vezes procuramos e não achamos no nosso dia-a-dia.

Estes sentimentos tornaram-se mais presentes e consistentes em mim com o meu melhor conhecimento de alguma realidade da brasileira, nomeadamente Carioca.

Mas o que eu pretendo passar-vos agora é que devemos incutir este momento no nosso dia-a-dia, sobretudo de trabalho. Encarar o nosso dia laboral com alegria e com pré-disposição para o tornar produtivo e interessante. Encará-lo de forma positiva. Sobretudo esta atitude POSITIVA deve ser ainda mais premente nos (complicados) dias de hoje.

Muitas vezes parte-se do pressuposto que “o sucesso leva à felicidade”. As modernas correntes do pensamento dizem-nos precisamente o contrário, isto é, “ a felicidade leva-nos ao sucesso”.
Uma atitude comportamental suportada nesta linha dá-nos energia, aumenta a nossa capacidade de resiliência, de influenciarmos positivamente quem nos rodeia. Todos estes predicados nos ajudam a atingir o Sucesso. Há quem teorize sobre estes aspectos e lhe dê o nome de “Positive Psychology” (ou pelo nome Study Hapiness).

Há alguns comportamentos que nos permitem “ser felizes” (ou pele menos não infelizes) nas nossas Organizações.

1 – Praticar o bem (sempre nos foi dito isto, desde os tempos da catequese, para aqueles que por lá andaram) e reconhecê-lo. Quem mantém este comportamento atrai para si bons fluidos. Um dos exercícios a efectuar pode passar por, todos os dias, relembrar em voz alta tudo o que de bom nos aconteceu (se possível, algo relacionado com o dia de trabalho). Tente depois que isso se repita nos dias seguintes. Consegue-se assim treinar o cérebro para o lado positivo da vida.

2 – Divirta-se. Divertimento e trabalho não são substantivos mutuamente exclusivos. Um sorriso trocado com um colega ou uma piada, um vídeo divertido do YouTube ou o envio de um email simpático ajuda a criar bom ambiente, a tornar o pensamento mais claro e criativo.
Também alguns estudos afirmam que quando estamos felizes os nossos neurónios são mais rápidos e eficazes. Se nos sentimos em baixo, uma rápida passagem de fotos de momentos felizes, a leitura de um blog ou algo que gostemos, pode modificar favoravelmente o nosso estado de espírito.

3 – Alegre o seu espaço de trabalho. Tudo o que nos rodeia afecta a informação que o nosso cérebro processa. Se decorarmos o nosso espaço de trabalho com imagens e objectos que nos transmitam algo de bom, o nosso cérebro agradece. E estes pequenos (auto) mimos estão perfeitamente ao nosso alcance.

4 - Mantenha o jornal “EU”. Se se sentir incomodado com algo, rumores, boatos, apertado com timmings, tire 5 minutos do seu trabalho e escreva “o que lhe vai na alma”, sobretudo o que o incomoda. A neurociência descobriu que a verbalização dos pensamentos negativos ajuda a eliminá-los. O simples facto de escrever o que nos incomoda diminui a magnitude desse (s) problema (s). Crie um documento no seu PC ou no seu livro de notas, revele-se a ele. Tenha o cuidado de o manter só para si. Verá que ficará mais aliviado.

5 – Invista nas PESSOAS. Todos nós cometemos erros. Sobretudo nos tempos mais difíceis. Deixamos de viver socialmente; entregamo-nos ao trabalho e apenas a ele. Estudos dizem que nos tempos difíceis e apertados a qualidade e quantidade na nossa network nos ajuda a ultrapassar os problemas.
Anos de estudos dizem-nos que relacionamentos próximos com a família e amigos são um dos motores fundamentais para a Felicidade e, ainda por cima, ajuda a que vivamos mais tempo. Se anda arredio das suas amizades não há como as recuperar. Recomece. Tente recuperar uma cada dia.

6 – O seu trabalho é composto por séries de sprints e não por uma maratona. Existe ainda a ideia de que o trabalho deve ser levado de forma contínua, ininterrupta e arrastada. Temos que nos manter por horas a fio em frente ao PC, agarrados ao telefone…até à hora do almoço. O facto de nos mantermos sentados por muto tempo esgota-nos fisicamente, cansa-nos a vista e o cérebro. Devemos, por isso, fazer intervalos curtos de 90 em 90 minutos (de 120 em 120 minutos). Nesse curto período podemos aproveitar para nos movermos, fazermos alguns exercícios de relaxamento, comer algo, ligar a um amigo, algo que nos leve a mudar de canal. O facto também de dividirmos o nosso trabalho em tarefas mais curtas faz com que rapidamente consigamos atingir os objectivos propostos (ou objectivos parcelares) e assim nos motivarmos para as tarefas subsequentes.

Porque a Bossa é para se levar conosco, segue um excerto de “Tempo de feliz” do mestre Vinícius de Moraes e de Baden Powell.

Feliz o tempo que passou, passou
Tempo tão cheio de recordações
Tantas canções ele deixou, deixou
Trazendo paz a tantos corações
Que sons mais lindos tinha pelo ar

De signo Gémeos, que procura procurando.

João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
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