sábado, 24 de abril de 2010

GOOD MORNING (ou o Bom Dia)

GOOD MORNING (para amenizar a vossa leitura lembrem-se do polícia françês do Allô, Allô)
 
 As emoções saltam de uma mente para outra; os sentimentos são contagiosoas, mais do que as ideias (internet).                                                                                                                                                                                           são


Keywords: Comunicação; Primeira Impressão, Gestão




Allô, allô
Começo por dizer que não sou um especialista em Comunicação. Que não sou um orador excepcional. Tenho na minha função profissional que comunicar. Comunicar com vários interlocutores. Internos e externos. E tenho também a minha vida para ser vivida fora do horário de trabalho comunicando com os outros.

Recentemente ao ler uns artigos sobre alguma falta de comunicação que cada vez mais existe entre todos nós (leia-se também falta de educação, lembrei-me de situações quotidianas com as quais, de vez em quando, convivo e de dois momentos engraçados que vivenciei. Este tipo de comportamento, que indica ausência de comunicação, é sobretudo visível nas grandes cidades e é transversal a todas as gerações. Todavia, penso que nas mais novas é mais evidente.

As pressas, as rotinas, o stress quotidiano , etc, ...tudo nos leva a descurar a comunicação diária. O "bom dia" ao entrar no escritório já começa a ser um artigo em desuso. No entanto, sabemos como arranjar tempo para o que nos mais interessa. Por isso algo se passa com a nossa gestão do tempo.

Expressões de afecto, por mais pequenas que sejam, pelos outros que nos rodeiam estão a ficar esquecidas. Elas são uma boa fonte de motivação e ajudam a estreitar a comunicação entre todos nós, independentemente da posição hierárquica em que nos encontramos na organização.

O facto de alguém ao entrar (e sair) mudo numa sala pela manhã parece que para ele os outros não existem e todos sabemos que para conseguir a atenção, confiança, amizade de alguém temos que investir o nosso tempo, temos que nos empenhar. O facto de não se comunicar diariamente não parece ser devido à falta de tempo mas a falta de hábito.

Muitas vezes basta um sorriso, um olhar, uma palmada nas costas para se ganhar motivação e estabelecer comunicação. A comunicação não verbal é uma poderosa ferramenta para estabelecer empatia, confiança e para motivar.

Claro que andamos todos numa roda viva; claro que há gente (vizinhos) que querem saber tudo, que são cuscas, intrometidos. Mas temos que ter tempo para estabelecer a nossa comunicação diária com quem nos rodeia, com quem divide os mesmos espaços que nós.

Aqui vão três histórias.
A primeira passou-se no antigo BPSM. As máquinas de cafés ficavam nas escadas, entre dois pisos. Era habitual marcar cafés com alguns colegas de outros pisos. Eu costumava deslocar-me a pé, neste percurso muita vezes cruzávamos com outros colegas. De todos os que se cruzavam conosco havia um personagem que nunca lhe ouvíamos nada. Quando muito sussurrava um bom dia e lá vai lá vai.
Claro que após verificarmos esse comportamento um dos divertimentos do dia era, sempre que o encontrávamos, debitar um sonoro "Bom dia". Quase nunca fomos muito correspondidos...mas que nos ríamos, lá isso riamos.

A segunda é bem recente. Andei durante algum tempo de muletas. De vez em quando janto num restaurante perto de casa. A comida não é má. A conta cabe bem no bolso. Já os empregados...meu deus. Numa das minhas idas a esse restaurante encontro a sala vazia. O empregado de mesa ao ver-me entrar nada disse do meu estado. Parecia que tinha estado lá ontem. Serviu-me, paguei-lhe, nada de comentários pela situação (bem dito em português será ", Não tugiu, nem mugiu"). Se eu tivesse que lhe ensinar alguma coisa dir-lhe-ia que não sabe cativar e prender os seus Clientes. Será que ele percebe que os Clientes do restaurante são a razão do seu posto de trabalho? Não percebe...mas parece que também ninguém lá de dentro lhe sabe explicar isso.

A terceira tem uns meses. Passou-se num elevador desses edifícios de escritórios em Lisboa.
Não se tratou de uma "elevator talk"; mas deixem-me descrever a situação. Entro no elevador e está por lá um caramelo, todo engravatado e a falar ao telemóvel . Lembro-me que eu estava particularmente mal disposto. Digo o meu "bom dia" (como digo sempre). Nada de resposta. No meio da viagem de elevador resolvo sonorizar um Good Morning (quem sabe ele fosse estrangeiro) ao qual o caramelo só olhou para mim meio fud...e eu esbocei um... sorrisinho.
Resultado: não sei o que se passou com o dia dele. Eu alegrei-me e fiquei com uma boa história para contar.

Aproveito para falar do "Elevator Talk". Estes breves 20 ou 30 segundos que temos de viagem podem ser ocasiões estupendas para nos apresentarmos a alguém, para fazermos um comentário pertinente ao nosso administrador ou para situações mais particulares. Se ele aparecer na sua vida, APROVEITE-O.

Seguem algumas sugestões para melhorar a sua comunicação diária:
· Sabe o nome dos empregados do quiosque onde compra os jornais?
· Sabe qual o clube dos empregados de mesa dos cafés/ restaurantes que frequenta habitualmente?
· Sabe o que os pais, conjugues dos seus colegas de trabalho fazem?
· Oferece ou leva café aos seus colegas de trabalho?
· Sabe as datas de aniversário dos seus colegas?
· Reconhece as pessoas que partilham os transportes públicos consigo diariamente? Os que partilham os restaurantes ou cafés?

Se respondeu negativamente a uma ou mais das perguntas acima colocadas sabe que pode já começar a melhorar a sua comunicação? Torne-as positivas.

Não pretendo com isto dizer que se deve tornar íntimo dos seus colegas de trabalho ou daquelas pessoas que dividem momentos do seu dia consigo. Mas se elas não forem completamente estranhas ao seu dia a dia...todos ficam a ganhar.


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
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http://jpmarques.blogspot.com; joaodavespa@hotmail.com
@joaodavespa
Think before you print. Think before you replay.

terça-feira, 20 de abril de 2010