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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Imprevisibilidade (ou a saudade de um Verão)

Cacela / Praia do Costa
Imprevisibilidade (ou a saudade de um Verão)

Cresci a saber que o dia tem 24h. Que o sol nasce de manhã; que se põe à tarde.
Que temos 4 estações. Que a boa para ir à praia é o Verão. Que as férias grandes estavam à porta. Que era a altura em que eu podia jogar à bola o dia todo. Que o relógio nessa altura apenas tinha o ponteiro do cansaço.  

Mais uma série de regras e comportamentos de boa educação que nos ensinaram em casa, na escola e com as pessoas que nos estavam mais próximas.

Que dentro de certos parâmetros, devemos ter uma vida mais ou menos previsível. Uns gostam mais de previsibilidade; outros menos. Diferenças saudáveis.

Uns que escrevem com a mão direita; outros com a esquerda, como a minha mãe. Ela fazia tudo com a esquerda, excepto escrever. Regras do ensino da altura.

Chegamos aos tempos de hoje. 28 de Maio de 2013. Faz frio e chove. O governo também diz uma coisa, faz outra e depois reconsidera. O ministro da economia diz uma coisa: o ministro das finanças faz outra, anulando a anterior.

O planeamento fiscal não existe. O que se vai passar em 2014 …não se sabe ainda. Tampouco se sabe o que vai ser o final deste ano (bem pior ou não).  Que a gasolina sobe e desce em todas as insígnias e na mesma altura. Que se percorre autoestrada e o combustível, curiosamente, tem os preços iguais em todos os postos.

Na final da taça de Portugal de futebol os jogadores de uma equipa parecem não conhecer o nosso presidente. Não o cumprimentaram na entrega das medalhas da sua honrosa presença (digo isto sem qualquer humor). E que o  director da respectiva federação nada fez para remediar a gaffe. Talvez porque o nosso presidente actua na sua, muito própria,   twilight zone. Acrescento também que alguns comentadores de futebol que a TV apresenta tinham lugar nos circos romanos. Para serem comidos pelos leões (sem qualquer referência ao meu clube). Só para aquecer a multidão.  

Por outro lado,  temos o  Zezé Camarinha e o Castelo Branco, entre outros,  a entrarem-nos pela televisão a dentro. Ao que acrescento, a darem-nos conselhos de vida. E há quem os escute e siga.

Não vejam nisto uma saudade da minha parte das políticas do passado (só do tempo em que o Sporting ia ganhando uns campeonatos). Apenas tenho dificuldade em reconhecer qualquer tipo de mérito àqueles (alguns ou muitos) que mexem os cordelinhos na nossa sociedade.

A isto tudo junto o medo que tenho ao saber que eles, os tais dos cordelinhos, podem ter mais uns 15 a 20 anos de esperança de vida no activo. Hoje li que a esperança de vida anda pelos 80.  Pior, já andam a deixar descendentes, como Batman e Robin.

Isto tudo deve ser por estar a ficar mais velho.


Sudades do Verão