Mostrar mensagens com a etiqueta Saudades. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Saudades. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os meus pais e os meus amigos


Este Natal, que um dia havia de chegar, leva-me ao passado, que sempre será presente, a memória dos meus pais.
Leva-me também a pensar nos amigos. Os amigos que já partiram. Os amigos que se encontram longe. Os amigos que eu descurei neste ano. Os amigos que me descuraram…

Saudades vossas amigos.
Saudades dos meus pais.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Os "meus" milagres de Santiago


Os “meus” milagres de Santiago

Sou pouco católico, como muitos sabem. A minha mãe era muito católica, como muitos outros sabem.
Em 2001 mudei-me para Santiago de Compostela. Antes da mudança, que pensava eu vir a ser duradoura, apenas tinha ido lá arrendar um apartamento. Rapidamente habituei-me à cidade. A vista de minha casa quase chegava a Portugal; matava assim as saudades de Lisboa.

Todos os dias cruza-me pela Catedral. É inegável o peso que este edifício tem na cidade. Mais, o café que escolhi para me receber por lá, o Literários,  é paredes meias com a Catedral. Lá sentado, a bebericar o café ou a beber uma cerveja, sentia-me o guardião a Catedral… Todos que queriam circundar o edifício, passavam por lá

Os dias corriam; o objectivo que me levou a Santiago não arrancava e eu que cada vez mais  gostava da cidade. Andava muito a pé por lá. Lembro-me hoje dos comes, dos bebes, do que se passava, de algumas manifestações, dos cafés, de algumas pessoas com as quais perdi o contacto…

Lá para Novembro disseram-me que o que me tinha levado a Santiago já não ia acontecer. Disse várias asneiras em português e em castelhano e voltei para casa.

O que eu pensava que tinha sido um azar tremendo, veio a revelar-se uma premonição..chamo de Santiago.

2002 e 2003 vieram a revelar-se anos em que a minha presença em Lisboa se tornaria indispensável. Felizmente andei por cá.  

2004 veio a revelar-se mais uma consequência da, digo agora, boa sorte do final de 2001. Mudei-me outra vez para o estrangeiro. Voltei em Maio de 2005. Voltei  diferente…melhor.

Após 2001 voltei apenas duas vezes a Santiago. Mas quero voltar lá.

Mas Santiago voltou. Desta vez só para mim. Em Julho de 2013.

No meio de arrumações em casa dos meus pais…separando coisas para doar, coisas para guardar, coisas que contam a minha história, a história da casa e deles, a nossa história, diz-me a D. Rosa, a senhora que anda cá por casa faz muito tempo…não com o tempo de me chamar menino…

Meio aflita porque pensava que eu já tinha limpo um Santiago que anda pela sala, preso à parede.

Conta-me ela que está lá um papel deixado pela minha mãe. Eu desconhecia…pego na estatueta, levanto-a e vejo um papel dobrado que se encontra por baixo. Abro-o e vejo o meu nome, já escrito com uma caligrafia muito tremida….eventualmente das últimas coisas que ela escreveu.

Quase 10 anos após o falecimento da minha mãe recebo mais um presente dela…

Amanhã faz 10 anos que ela morreu…tenho saudades.



João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://www.linkedin.com/in/joaopmarques
http://jpmarques.blogspot.com;
joaodavespa@hotmail.com
@joaodavespa

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A minha família - A minha mãe e o meu pai

Pai, faz hoje  dois meses que foste ter com a mãe.
Quero dizer-vos que as coisas por aqui estão a caminhar  bem.  Que não se preocupem.  Que nunca mais perdi ou esqueci-me das chaves.  Que tento não acumular jornais.   Que há uns projectos que parecem querer arrancar. Que continuo a acordar cedo. Que tenho cuidado quando ando de moto.
Outro dia estive em VRSA.  Pena que a mãe nunca tivesse conseguido ir à  nossa casa. Mas vais agora contar-lhe mais pormenores da  VRSA  e da nossa casa.. Como está mudada VRSA, comparando com os tempos em que íamos  lá os três. Lembro-me bem como gostavas de lá
Estive em alguns restaurantes em íamos os dois. O Baixa Mar, em Santa Luzia, foi um deles. Mantive aquela conversa longa com o Paulo. Aquela que ele sempre dedicava a nós.  Ele ficou surpreso com a notícia. Aliás, todos ficaram….viam-te sempre animado com a vida. Aliás, tu e a mãe sempre estiveram bem com a vida. Mesmo quando tudo indicava que ela parecia não estar do nosso lado.
Para além das saudades que vou tendo dos dois, vou lembrando-me do bolo de carne da mãe. Nunca mais comi um assim. Ela não desconfiava. Mas era tão bom que eu fazia sandes com ele. Mas também as sopas que tu fazias. Esta também é uma das novidades…pôr em prática o que está nos vários livros de culinária que temos.
Há mais coias boas…coisas boas que vão acontecer aqui, por cá, comigo.

Um beijo aos dois. Saudades cá de baixo. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Imprevisibilidade (ou a saudade de um Verão)

Cacela / Praia do Costa
Imprevisibilidade (ou a saudade de um Verão)

Cresci a saber que o dia tem 24h. Que o sol nasce de manhã; que se põe à tarde.
Que temos 4 estações. Que a boa para ir à praia é o Verão. Que as férias grandes estavam à porta. Que era a altura em que eu podia jogar à bola o dia todo. Que o relógio nessa altura apenas tinha o ponteiro do cansaço.  

Mais uma série de regras e comportamentos de boa educação que nos ensinaram em casa, na escola e com as pessoas que nos estavam mais próximas.

Que dentro de certos parâmetros, devemos ter uma vida mais ou menos previsível. Uns gostam mais de previsibilidade; outros menos. Diferenças saudáveis.

Uns que escrevem com a mão direita; outros com a esquerda, como a minha mãe. Ela fazia tudo com a esquerda, excepto escrever. Regras do ensino da altura.

Chegamos aos tempos de hoje. 28 de Maio de 2013. Faz frio e chove. O governo também diz uma coisa, faz outra e depois reconsidera. O ministro da economia diz uma coisa: o ministro das finanças faz outra, anulando a anterior.

O planeamento fiscal não existe. O que se vai passar em 2014 …não se sabe ainda. Tampouco se sabe o que vai ser o final deste ano (bem pior ou não).  Que a gasolina sobe e desce em todas as insígnias e na mesma altura. Que se percorre autoestrada e o combustível, curiosamente, tem os preços iguais em todos os postos.

Na final da taça de Portugal de futebol os jogadores de uma equipa parecem não conhecer o nosso presidente. Não o cumprimentaram na entrega das medalhas da sua honrosa presença (digo isto sem qualquer humor). E que o  director da respectiva federação nada fez para remediar a gaffe. Talvez porque o nosso presidente actua na sua, muito própria,   twilight zone. Acrescento também que alguns comentadores de futebol que a TV apresenta tinham lugar nos circos romanos. Para serem comidos pelos leões (sem qualquer referência ao meu clube). Só para aquecer a multidão.  

Por outro lado,  temos o  Zezé Camarinha e o Castelo Branco, entre outros,  a entrarem-nos pela televisão a dentro. Ao que acrescento, a darem-nos conselhos de vida. E há quem os escute e siga.

Não vejam nisto uma saudade da minha parte das políticas do passado (só do tempo em que o Sporting ia ganhando uns campeonatos). Apenas tenho dificuldade em reconhecer qualquer tipo de mérito àqueles (alguns ou muitos) que mexem os cordelinhos na nossa sociedade.

A isto tudo junto o medo que tenho ao saber que eles, os tais dos cordelinhos, podem ter mais uns 15 a 20 anos de esperança de vida no activo. Hoje li que a esperança de vida anda pelos 80.  Pior, já andam a deixar descendentes, como Batman e Robin.

Isto tudo deve ser por estar a ficar mais velho.


Sudades do Verão