Mostrar mensagens com a etiqueta tejo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta tejo. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 5 de abril de 2016

Também há coisas boas - 5 de Abril



1- Grupo de golfinhos no Tejo surpreende alunos de vela

Os golfinhos aproximaram-se muito dos barcos dos alunos. Veja o vídeo

Os alunos da escola de vela Terra Incógnita tiveram uma surpresa este fim de semana quando foram acompanhados no estuário do Tejo por um grupo de cerca de 30 golfinhos.

E sabendo que o Tejo já foi navegável até Santarém.



2- O guitarrista Ronnie Wood confirmou que a banda já esteve em estúdio.

Os Rolling Sontes estão a preparar um novo álbum. A confirmação foi feita por Ronnie Wood em declarações à Associated Press em que revelou que o grupo, que a 25 de março deu um grande concerto em Havana, Cuba

 RockandRoll

3 - Museu das Marionetas ficará na Invicta e terá dois polos


O Museu das Marionetas, que terá de deixar o imóvel na Rua das Flores até setembro, vai permanecer na Invicta. O espaço museológico ficará com dois polos: um na Baixa e outro em Campanhã.

Devia ficar lá e em Lisboa.



4 - "Os Simpsons" previram "caso" do Panamá há 20 anos



Um episódio da série "Os Simpsons" de 1996 voltou a ganhar protagonismo por fazer referências a esquemas de fraude fiscal, tal como os que agora foram expostos pelos Documentos do Panamá.

A banda desenhada é uma fonte de inspiração e saber

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Lisboa em palavras e imagens - 10

Poema da Memória

Havia no meu tempo um rio chamado Tejo
 que se estendia ao Sol na linha do horizonte.
 Ia de ponta a ponta, e aos seus olhos parecia
 exactamente um espelho
 porque, do que sabia,
 só um espelho com isso se parecia.

 De joelhos no banco, o busto inteiriçado,
 só tinha olhos para o rio distante,
 os olhos do animal embalsamado
 mas vivo
 na vítrea fixidez dos olhos penetrantes.
 Diria o rio que havia no seu tempo

 um recorte quadrado, ao longe, na linha do horizonte,
 onde dois grandes olhos,
 grandes e ávidos, fixos e pasmados,
 o fitavam sem tréguas nem cansaço.
 Eram dois olhos grandes,
 olhos de bicho atento
 que espera apenas por amor de esperar.

 E por que não galgar sobre os telhados,
 os telhados vermelhos
 das casas baixas com varandas verdes
 e nas varandas verdes, sardinheiras?
 Ai se fosse o da história que voava
 com asas grandes, grandes, flutuantes,
 e poisava onde bem lhe apetecia,
 e espreitava pelos vidros das janelas
 das casas baixas com varandas verdes!
 Ai que bom seria!
 Espreitar não, que é feio,
 mas ir até ao longe e tocar nele,
 e nele ver os seus olhos repetidos,
 grandes e húmidos, vorazes e inocentes.
 Como seria bom!

 Descaem-se-me as pálpebras e, com isso,
 (tão simples isso)
 não há olhos, nem rio, nem varandas, nem nada.


António Gedeão, in 'Poemas Póstumos'