quinta-feira, 29 de outubro de 2015

NÃO SOU DE DENTRO

NÃO SOU DE DENTRO


Muitas vezes as empresas têm receio de partilhar as suas ambições, entenda-se novos produtos, passos estratégicos, mudanças disto e daquilo, com os Clientes, com os Fornecedores, com Stakeholders mais ou menos próximos (falo mesmo de empregados; aqui com experiência própria).
Recentemente assisti à apresentação do livro do António Lagarto (retratava uma exposição realizada no MUDE, De Matrix à Bela Adormecida). Gostei do entusiasmo com que todos os palestrantes  falaram do livro. Curiosamente, após o lançamento, encontro o autor num restaurante himaláio em Lisboa, o Everest da Montanha
Parece que ambos somos habitués de lá. Trocámos uma curta, mas simpática conversa.

No decorrer da apresentação falou uma jornalista, de nome Cristina (falta-me o apelido), que fez uma apresentação do livro e do autor. Começa por dizer: “eu não sou de dentro”….  E desenvolveu quase que uma aula de gestão e empreendedorismo.

E a jornalista tinha  razão no que expôs. O facto de ela não ser de dentro, permitiu-lhe ter uma visão distanciada, menos apaixonada, mais clara e lucida, mais aproximada do que o mercado quer, do que o público viu na verdade ( e não o que a Empresa vê)

Um outro modo de aproveitar os que não são de dentro passa por olhar para o que as marcas / organizações já estão fazendo, tentando descobrir o que fez com que seus esforços tenham sido  bem sucedidos. Ou seja, falar e ver o que os que não são de dentro (que são mesmo de fora) estão a fazer.

Um trabalho pensado e executado através das medias sociais permite um vasto aprendizado, uma recolha grande de informação. Ao que acrescento, um grande trabalho, um projecto vencedor, não vem do nada. Ele sai de intercções com as pessoas que procuram o mudar, com as pessoas que pretendem contribuir, mesmo que não sejam de dentro.


Os que não são de dentro, não deixam de ser do mundo, e é neste mundo, mais pequeno ou bem grande, que pretendemos ter sucesso. 


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://jpmarques.blogspot.com
@joaodavespa 


Life is better with a Vespa #80

Roma / Dakar

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Iron Triangle (ou não) da Política Portuguesa ou o Conclave de São Bento


O Iron Triangle (ou não) da Política Portuguesa ou o Conclave de São Bento



O panorama político português parece querer construir e implementar a estratégia do Iron Triangle. 

Parece muito apropriado para as  3 forças políticas que estão a construir o tal triângulo das forças de esquerda (muito mais para duas delas). Mas será que alguma vez será um triângulo, com as três catetos / faces a juntar /  cruzar / chocar as suas três estratégias.

Em Política, o termo  Iron Triangle,  foi cunhado para definir a aliança de três actores improváveis: Governo, Burocratas e Grupos de Interesse / Sindicatos / Lobistas. Acredito que tenha funcionado nos tempos da guerra, da crise financeira de 1929 e em outras situações de excepção e extrema vulnerabilidade da sociedade. O que não é nem de perto e nem de longe o que se passa hoje, em dia, em Portugal.

O que se pede a este triângulo? Que as três ideias políticas  estejam equilibradas nas suas forças centípeda e centrifuga. Caso contrário o triângulo  destrianguliza-se.

Ao olhar para as três forças que querem montar esta figura geométrica só me ocorre, entenda-se, assusta-me,  que ele venha a ser um triângulo raso. Isto é: um espalhanço total.

Temos dois partidos cuja ideologia e estratégia tem sido a de nos afastar no euro. Um pouco de Portugalexit. Mas nem os gregos, muito pior que nós, segundo os fundamentais da economia e da sociedade , quiseram o Grexit. Estes dois partidos, sobretudo um, mantém-se fiel aos valores de Abril e ao seu ideal de 1974. Lembro a estes que já passaram 41 anos, não é PCP? Tanta lealdade acontece apenas com os Clubes de Futebol.  Porque relativamente à lealdade familiar, mesmo entre pais e filhos, há muita história triste por aí. Parece-me também que um dos partidos em causa, o BE, é a velha história do filho que se emancipou e quer fazer o mesmo que os pais, mas de modo mais eloquente (entenda-se intelectual).

Quanto ao primeiro partido, o PS, o mais forte, mas que parece o mais fraco, por si só, anda numa contestação interna. Pouco passa cá para fora, mas verem o quanto lutaram para estar  na Europa e, do nada, estarem a aliar-se aos que nada querem com a Europa, parece que apenas  parece que valorizam a cortina de ferro, a Coreia do Norte e geografias com este peso.

Parece que o  governo do Passos Coelho vai estar numa permanente amona até se afogar. 

Pergunto.me: o que é que o Iron Triangle  de esquerda, quase de extrema esquerda, tem para nos propor, tem para o nosso futuro. Fala-se de grandes conversas e de acordos neste Iron Triangle de Esquerda, mas nada transpira, nada se sabe, nada é dito.

Não condeno a ambição. Ela é essencial. Mas o que se está a assistir nos dias de hoje, a esquerda desenfreada a querer o poder, perante um Costa completamente quebrado, sem nos transmitir qualquer tipo de segurança e projecto de futuro, assusta-me.


How Does An Iron Triangle Work?


João Paulo Marques
O tempo não pára, não pare você também.
http://jpmarques.blogspot.com
@joaodavespa 

Life is better with a Vespa #78

Vespa beyond star wars

Chewbacca on a Vespa Sprint Veloce